O rótulo do vinho é como se fosse uma cédula de identidade!
Ela é muito importante para informar aos consumidores “quem é” o vinho contido na garrafa.
Todo vinho tem uma história que está relacionada a múltiplos fatores, como processo produtivo, o viticultor, características geográficas do solo e do clima, o famoso terroir,
E é por meio do rótulo e contrarrótulo que estas informações são transmitidas, por meio de desenhos, layout, fotografias ou apenas o nome, e uma descrição da safra.
Portanto, algumas informações são obrigatórias, tais como: denominação, safra, teor alcoólico, origem, engarrafador e quantidade. Outras informações são opcionais, como: variedade da uva, características, melhores harmonizações, temperatura de serviço etc.
O rótulo do vinho tem uma história muito mais longa e interessante do que geralmente se imagina.
O mais antigo rótulo que se tem notícia foi escrito pelo monge beneditino Dom Pierre Pérignon, que introduziu o método de vinificação conhecido como Champenoise. Para não confundir as safras e os vinhedos de origem, o monge rotulou as garrafas com um pergaminho amarrado ao gargalo da garrafa com um barbante.
A ideia do rótulo surgiu em 1.300 a.C com os egípcios, eles escreviam nos papiros informações sobre o ano da colheita das uvas, a região e o nome do produtor. A bebida era armazenada em ânforas, espécie de vasos de cerâmica.
Posteriormente, com as grandes navegações europeias, o vinho passou a ser comercializado em barris de madeira marcados com ferro.
A partir do século XVIII, com a diversidade na produção vinícola, a necessidade de se ampliar a distribuição, teve início da venda de vinhos engarrafados, com a invenção da litografia.
Esse sistema tornou possível imprimir várias cópias da mesma etiqueta, desenhando um esboço a ser reproduzido na pedra e passando um rolo de tinta sobre ela.
O surgimento das Apelações de Origem tornou obrigatório o uso de rótulos na identificação dos vinhos, para a função de controle contra fraudes e garantia de qualidade, entre outras informações, variando de acordo com cada legislação de cada país.
Além do conteúdo técnico, cada rótulo trazia alguma menção à história daquele vinho. Não era apenas uma bebida com aromas, notas e cor. E sim, algo inatingível, notado no momento em que sua história era acessada, valorizando a ciência, as culturas e sua personalidade, conferindo prestígio e significado histórico a seus produtos.
Desde os tempos antigos até hoje, tudo mudou. No entanto, a verdadeira função dos rótulos permaneceu inalterada, ou seja, tornar uma garrafa de vinho reconhecível por meio de uma ferramenta identificável e única.
Sabemos que com rótulo ou sem rótulo, podemos viajar na história a cada momento que abrimos um vinho. Várias nuances nos são reveladas desde o momento que o abrimos até o último gole quando nos apresenta novas percepções de aromas e sabores, destacando ali todas as suas características…uma verdadeira viagem pela cultura e tradição.
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