O que ler no rótulo de uma garrafa de vinho?

Para receber os amigos, comemorar ou simplesmente relaxar no fim do dia, nada melhor do que apreciar um bom vinho, não é verdade?

Certamente você já tem as suas preferências entre Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Pinot e vários outros tipos da bebida, além das suas marcas mais queridas, mas para garantir que está levando para casa o melhor produto, é importante que saiba como ler rótulos de vinho.

Afinal, as variações da uva e da safra, a região de origem e muitos outros pontos interferem diretamente na qualidade e no sabor do produto final. Então acompanhe o nosso texto e aprenda a decifrar, de uma vez por todas, essas informações e aproveitar os melhores vinhos.

Nome do vinho

O maior nome que aparece no rótulo é o nome dado pelo produtor do vinho. Além de servir como a principal identificação do produto, essa identidade já traz informações sobre a vinícola responsável, o que é fundamental para já conhecer algumas características da bebida, além da reputação e qualidade da matéria-prima, do processo de produção e, claro, da bebida.

Perceba que os rótulos dos vinhos do Novo Mundo (como Brasil, Chile, Argentina, Austrália, África do Sul e Estados Unidos) destacam, especialmente, o nome do vinho e a uva que o compõem, que pode ser Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay etc.

Enquanto os vinhos do Velho Mundo (como França, Portugal, Itália e Espanha) têm destacado no rótulo o produtor e a região onde a uva foi cultivada

Variedade da uva

Ao saber o tipo (ou tipos) de uva utilizado na produção do vinho, já é possível ter uma ideia do sabor e do aroma que você encontrará ao abrir a garrafa. Isso ajuda, inclusive, na hora de fazer a harmonização do seu vinho com o cardápio que irá apreciar.

Se a bebida for produzida com apenas uma variedade de uva, é chamado de varietal. Se um ou mais tipos de uvas forem utilizados na produção, o vinho recebe o nome de vinho de corte ou assemblage.

Uma curiosidade interessante é que essa especificação da variedade da uva nos rótulos é mais comum no Novo Mundo, que produzem os seus vinhos com uvas mais específicas e, geralmente, apenas uma variedade.

Região de origem

É claro que essa é uma informação importante para todos os vinhos, mas é ainda mais valorizada se em rótulos dos produtos do Velho Mundo, o que indica, geralmente, a qualidade superior da bebida.

Isso acontece porque algumas regiões da Europa possuem um clima e solos mais benéficos para determinados tipos de uvas. A região de Bordeaux, por exemplo, é famosa no mundo inteiro por seus tintos produzidos com Cabernet Sauvignon e Merlot.

Dentro dessas regiões, existem territórios ainda menores com solos e microclimas mais particulares: as sub-regiões. Normalmente, quanto mais específica for essa região e a origem das uvas, mais refinado e caro é o vinho.

Data da safra

Indicadora de quando as uvas foram colhidas, a safra é um detalhe que não pode passar despercebido no rótulo do seu vinho, pois enquanto alguns deles podem melhorar com o tempo, outros perdem as suas características a cada ano.

Geralmente, a maioria dos vinhos tintos deve ser consumida em até 5 anos, e os vinhos brancos e rosés em 2 ou 3 anos contados a partir da data da safra.

Se o seu vinho não apresenta a safra no rótulo é porque ele foi produzido com uvas colhidas em diferentes anos. Isso é comum nos vinhos espumantes e nos vinhos do Porto.

Maturação e envelhecimento

Os vinhos que trazem em seu rótulo os termos RESERVA, GRAN RESERVA ou RISERVA passaram por algum processo especial em seu processo de colheita e seleção das uvas e tiveram um período de amadurecimento dentro de barris de carvalho e da própria garrafa.

Essa regulamentação é levada bastante à sério na Espanha e na Itália. Já nos outros países, não existe muito controle e os produtores acabam utilizando as nomenclaturas sem muito critério.

Uma surpresa: sabe o que significa o termo RESERVADO, aplicado em tantos vinhos? Geralmente, nada! Na maioria das vezes, são os vinhos de entrada das vinícolas, ou seja, os mais simples. Mas isso varia de produtor para produtor, então, se você é fã de determinada vinícola, vale a pena pesquisar qual é a postura dela sobre esse assunto.

Graduação alcoólica

Esse é mais um dado importante a ser observado na hora de comprar o seu vinho, e não é apenas para saber qual deixará você e seus convidados mais embriagados.

O teor alcoólico está diretamente ligado à longevidade da bebida. Quanto mais álcool houver na composição, mais o vinho durará fechado e até depois de aberto. Mais quente e pesado ele será também.

Informações nutricionais

Os consumidores estão cada vez mais atentos aos produtos e seus rótulos, mas ainda há bastante discussão sobre a obrigatoriedade de informações nutricionais como calorias ou quantidade de sódio nos rótulos dos vinhos.

A legislação brasileira não exige dos fabricantes a presença desses dados, mas é sempre bom saber o que estamos consumindo, não é mesmo?

Pois no caso do seu vinho, além das uvas e um variável teor de álcool, você está se beneficiando de nutrientes como o ferro; o potássio, que ajuda a manter o ritmo cardíaco; o manganês, que é um antioxidante que traz benefícios ao cérebro, sistema nervoso e fígado; o fósforo, que fortalece os ossos, ajuda na digestão e regula os hormônios; as vitaminas B6 e B12, que dão energia e também são oxidantes; e até o fluoreto, que previne cáries.

O vinho é um verdadeiro elixir da saúde e da longevidade, que você pode e deve aproveitar com uma boa companhia, os amigos ou sozinho, apenas para relaxar (mas sempre com moderação, como toda bebida alcoólica).

Agora que você já sabe como ler rótulos de vinho, vai ficar ainda mais fácil e saboroso curtir esses momentos. E até mesmo a hora de comprar os seus rótulos será mais divertida, sem aquela confusão em meio a tantas garrafas.